Uma luz no fim do
túnel
Hoje me peguei a chorar, olha que ironia...
chorar por ver uma criança POBRE, que mora num lugar PAUPÉRRIMO,mas aí vem o
grande diferencial... não chorei por sua condição financeira, vejo isso todos
os dias, não chorei pelo local pobre e sofrido em que ela vive, pois nosso país
é composto por um grande número de
crianças na linha de pobreza, mas chorei ao ver uma criança, que ao nossos
olhos não teria chance alguma de sucesso, vencer a FOME, a SECA, a POBREZA, a
FALTA DA PERSPECTIVA DE VIDA e conseguir chegar a uma Universidade Federal
porque desde cedo despertou o GOSTO PELA LEITURA.
Filho único, pais pobres e sem estudo, pai
quase que imobilizado por uma deficiência gerada de um acidente, vivendo da
agricultura em meio à seca nordestina, esta criança cresceu em meio às
dificuldades, mas desde cedo descobriu que a única chance que tinha de mudar
esta triste realidade era através dos estudos, e consequentemente, por meio da
leitura. Portanto, ainda criança, começou a colecionar livros e não só guardou
estas jóias para si, mas criou em sua residência humilde e sem conforto, uma
BIBLIOTECA para atender a sua comunidade, disseminando o hábito da leitura.
Hoje, AOS DEZOITO ANOS, ele se encontra
cursando faculdade de COMUNICAÇÃO SOCIAL- JORNALISMO, na maior Universidade de
seu estado Rio Grande do Norte, a Universidade Federal de Natal, na sua
universidade há mais alunos que o número de habitantes da sua cidade, mas ele
segue confiante e contente, pois seu maior objetivo é tornar-se um profissional
de respeito e poder voltar a sua cidade e ajudar aos demais.
E sua biblioteca? Bom, continua
recheada de belas histórias e de portas abertas, porém há muitos quilômetros de
distância daquela criança que um dia sonhou e a projetou, mas encontra-se aos
cuidados de seus maravilhosos pais, que como ele mesmo define... “SÃO SEUS MAIORES EDUCADORES”, pois venceram
todas as barreiras impostas pela vida e concederam ao seu único filho o maior bem
que um pai pode deixar de herança... EDUCAÇÃO.
E por que chorei? Porque encontrei uma
luz ao fim do túnel, porque mais uma vez pude comprovar que pobreza não é
sinônimo de falta de Educação, que morar em condições precárias não significa
falta de oportunidades de mudança, que estar em meio ao sertão nordestino não
quer dizer que não terei a chance de conquistar o mundo, porque o que nos
proporciona todas estas mudanças é a educação e uma educação através da leitura
e é esta mesma leitura que nos faz conquistar o mundo, vencer as barreiras, se
tornar ALGUÉM.
Aline
Tavares
[Direitos Reservados]
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