quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Uma luz no fim do túnel



Uma luz no fim do túnel

        Hoje me peguei a chorar, olha que ironia... chorar por ver uma criança POBRE, que mora num lugar PAUPÉRRIMO,mas aí vem o grande diferencial... não chorei por sua condição financeira, vejo isso todos os dias, não chorei pelo local pobre e sofrido em que ela vive, pois nosso país é composto por  um grande número de crianças na linha de pobreza, mas chorei ao ver uma criança, que ao nossos olhos não teria chance alguma de sucesso, vencer a FOME, a SECA, a POBREZA, a FALTA DA PERSPECTIVA DE VIDA e conseguir chegar a uma Universidade Federal porque desde cedo despertou o GOSTO PELA LEITURA.
        Filho único, pais pobres e sem estudo, pai quase que imobilizado por uma deficiência gerada de um acidente, vivendo da agricultura em meio à seca nordestina, esta criança cresceu em meio às dificuldades, mas desde cedo descobriu que a única chance que tinha de mudar esta triste realidade era através dos estudos, e consequentemente, por meio da leitura. Portanto, ainda criança, começou a colecionar livros e não só guardou estas jóias para si, mas criou em sua residência humilde e sem conforto, uma BIBLIOTECA para atender a sua comunidade, disseminando o hábito da leitura.
        Hoje, AOS DEZOITO ANOS, ele se encontra cursando faculdade de COMUNICAÇÃO SOCIAL- JORNALISMO, na maior Universidade de seu estado Rio Grande do Norte, a Universidade Federal de Natal, na sua universidade há mais alunos que o número de habitantes da sua cidade, mas ele segue confiante e contente, pois seu maior objetivo é tornar-se um profissional de respeito e poder voltar a sua cidade e ajudar aos demais.
         E sua biblioteca? Bom, continua recheada de belas histórias e de portas abertas, porém há muitos quilômetros de distância daquela criança que um dia sonhou e a projetou, mas encontra-se aos cuidados de seus maravilhosos pais, que como ele mesmo define...  “SÃO SEUS MAIORES EDUCADORES”, pois venceram todas as barreiras impostas pela vida e concederam ao seu único filho o maior bem que um pai pode deixar de herança... EDUCAÇÃO.
        E por que chorei? Porque encontrei uma luz ao fim do túnel, porque mais uma vez pude comprovar que pobreza não é sinônimo de falta de Educação, que morar em condições precárias não significa falta de oportunidades de mudança, que estar em meio ao sertão nordestino não quer dizer que não terei a chance de conquistar o mundo, porque o que nos proporciona todas estas mudanças é a educação e uma educação através da leitura e é esta mesma leitura que nos faz conquistar o mundo, vencer as barreiras, se tornar ALGUÉM.
   
                                                                        Aline Tavares
[Direitos Reservados]

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